sexta-feira, 6 de abril de 2012

Brasileiros em Cambridge


Caro leitor,

No fim de semana passado - sexta, sábado e domingo - tivemos a conferência internacional "The child and the book".

No sábado, no horário de almoço, no Homerton College, a minha "host" aqui, Maria Nikolajeva, nos convidou para almoçarmos juntos, os brasileiros, que ela já conhecia.

Da esquerda para a direita: eu, a Cláudia Mendes, o André Moura (o primeiro autor que conheço pessoalmente e que tem um livro na lista do PNBE), a Maria Nikolajeva e a Renata Nakano, também jornalista, que conheci no ano passado, no Rio de Janeiro, quando fui à PUC-Rio, Cátedra Unesco, assistir a uma palestra da Maria e para conhecê-la pessoalmente antes de eu vir morar aqui em Cambridge, pois só tinha me comunicado com ela por e-mail.

O problema dos congressos e conferências, ou seja lá que nome tiver, é sempre o mesmo, na minha opinião: tudo feito corrido para não dar tempo de trocarmos idéias, fazermos perguntas, nada. A interação é interditada. Afinal, não estamos lá para fazermos amigos, né, amigo a gente faz nos supermercados, nos pontos de ônibus, nos bares, nos cemitérios... Para que fazer amigos no meio acadêmico?

Esses encontros - encontros? - me soam mais como desencontros. Parece que a maioria quer provar para a maioria que seu trabalho é melhor do que o do outro, num completo mergulho narcísico, sempre de volta ao próprio umbigo. E, quando há a oportunidade de se fazer perguntas, faltam pessoas que queiram perguntar - para não se expor, para não contradizer, para não elogiar, para não dizer que está aqui, de verdade, no mundo!

É um medo de desagradar. Uma necessidade de ser melhor. Mas será que, sem comunicação, sem empatia, sem um ambiente amistoso, podemos mesmo desabrochar, crescer? Foram dias que me fizeram pensar muito sobre quem somos nesse processo e senti falta do pessoal da Associação Paulista da Abordagem Centrada na Pessoa (APACP), lá de São Paulo, para trabalhar a empatia rogeriana na conferência.

Mas, enfim, foi legal para conhecer os brasileiros, todos do Rio de Janeiro, conversar rapidíssimo. Foi bom para refletir.

Até!
Rosane.
Cambridge, 6 de abril de 2012.




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