terça-feira, 12 de junho de 2012

Paradigmas em estado bruto






Caro leitor,

O tempo aqui continua estranho. Definitivamente, será uma primavera fria. Está sendo.

A Rose, amiga da dona da casa, a Marion, me explicou, ontem, que há uma "gulf stream", que provoca essas alterações.

O corpo fica muito cansado e há uma tendência à prostração, mesmo em quem vive aqui, que nasceu aqui. Dá uma sugada no humor. Afinal, já faz quase um ano que o sol raramente aparece. Mas, com muita força de vontade, a vida segue.

Enfim, tenho estado na Inglaterra num período de transformações inesperadas: fazia frio no verão; caiu neve no inverno, o que raramente tem acontecido por aqui; o outono, não consigo me lembrar bem dele, a não ser pelas folhas secas e as árvores também; e a primavera é fria e chuvosa. Apesar dos pesares, é uma experiência ímpar, para quem nasceu e viveu a maior parte da vida no cerradão goiano, com sol escaldante, passar quase um ano sem ver o sol.

Não sei se ontem à noite ou hoje de manhã li algo em que aparecia a palavra paradigma e isso ficou martelando aqui na cabeça. Ficou martelando a possibilidade de mudar os paradigmas. De criar outros. Talvez porque eu precise reescrever a tese. Cada vez que digito as tabelas - que nunca terminam - eu me pergunto: "Para que servem esses livros, se ninguém os lê?"

Será que nossos políticos brasileiros não deveriam mudar os paradigmas educacionais, se é que eles sabem o que são paradigmas?

Vendo a abelha, no jardim do Stuart, fico pensando se elas têm maneiras rígidas de agir ou se, dependendo da corrente da vida, se estão abertas ao novo, se mudam de estratégias, se mudam de vida, ainda que isso signifique continuar sendo abelhas.

Até!
Rosane.
Cambridge, 12 de junho de 2012.



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