As delicadas "ladies" Joaninhas

Caro leitor,

Hoje é terça-feira e, embora a previsão seja de 13 graus agora em Cambridge, está frio e escurecendo às três e quarenta e três da tarde.

Há pouco saí da Faculdade para dar um pulo rápido no supermercado, e vi, aqui pertinho, a polícia prendendo um homem ainda jovem, que parecia ter tentado roubar um carro. Mas, de toda forma, a violência aqui nem se compara com a do Brasil.

A primavera começa a dar as caras e as flores amarelas aparecem. As amarelas são as minhas preferidas. Vamos chegando ao final de mais um trimestre acadêmico, ou "term", e retornaremos no final de abril. Na Inglaterra, como eu já disse, o sistema acadêmico é completamente diferente.

Estou traduzindo mais um livro. Deixando-se claro que não se trata de tradução profissional. É só para que a professora Maria Nikolajeva, que não fala Português, compreenda a história. O título é "Carvoeirinhos", de Roger Mello, e trata, em forma de poesia, das crianças que trabalham em minas, o que, infelizmente, ainda é tão freqüente no Brasil. E, traduzindo, encontrei a palavra "joaninha". E descobri que joaninha em Inglês americano é ladybug e no Inglês britânico é ladybird. Lembro-me de que, vários meses atrás, eu estava num parque perto de onde moro, e dezenas delas voavam em direção ao meu rosto. Cada uma tinha uma cor diferente. Nunca tinha visto tamanha variedade. São joaninhas inglesas!

Preciso voltar ao parque para ver se as reencontro. Preciso voltar ao parque para caminhar. Para ver as flores. Os patos. Para celebrar a volta das flores. E a minha volta também! Volta ao parque...

Até!

Rosane.

Cambridge, 28 de fevereiro de 2012.

A utopia na educação - Ou a falta que ela faz

Caro leitor,

Aqui na Grã-Bretanha começou a esquentar na semana passada e a temperatura subiu. Nada comparado ao calor que costuma fazer no Brasil, mas, por ser inverno aqui, até que deu uma melhoradinha. Mas parece que vai vir uma nova geada, porque está esfriando de novo.

Na primeira foto aparece um material de campanha da união de professores dos ensinos básico e fundamental aqui na Grã-Bretanha. Eles distribuíram o material na semana passada. Dão dicas sobre como conseguir o primeiro emprego, como enfrentar a concorrência, chamam os professores para unirem-se. Enfim, parece que a classe não anda tão satisfeita não...

E, abaixo, estão umas fotos de uma aula que acompanhei, na quinta-feira passada, no Homerton, com alunas da graduação. Acompanho essas aulas quase toda semana. Cada quinta tem uma pessoa diferente. Desta vez é o professor David, que falava sobre dois livros de literatura indicados às alunas para leitura.

No começo da aula, ele reclamou da disposição das cadeiras, que impedia que ele visse todo mundo. Na verdade, essas garotas estão cada vez menos animadas e menos participativas. Antes, as aulas eram mais movimentadas. A turma é bem pequena e algumas delas usam o próprio laptop em sala. Elas digitam o que o professor diz e raramente olham na cara dele. É uma situação muito ruim. Era visível que ele estava meio desapontado, pois eu era a única que olhava para ele, enquanto ele falava.

Isso é Cambridge! Além do mais, as garotas demonstram, claramente, que não estão lendo os livros indicados. E essas garotas pagam, todos os anos, nove mil libras para estar em Cambridge, ou cerca de trinta mil reais. POR ANO! E Cambridge não é uma universidade particular. É estatal!

Dá para entender por que os estudantes começaram a protestar no Reino Unido nos últimos tempos. Educação aqui é luxo. Alguma semelhança com algum outro país que você conheça?

E hoje recebi um e-mail com uma informação que me deixou feliz: dia 17 de maio teremos, na Faculdade de Educação, no grupo do qual faço parte, uma palestra sobre o Paulo Freire e a utopia na educação. Isso me deixou tão contente.

Está esfriando muito... Se o mundo fosse mais utópico, não seria tão frio!

Até!

Rosane.

Cambridge, 27 de fevereiro de 2012.

Amsterdã - Três

Leitor,

Mais e mais de Amsterdã.

Até!

Rosane.

Cambridge, 25 de fevereiro de 2012.

Amsterdã - Dois

Caro leitor,

Aqui mais fotos da bonita Amsterdã. Deu uma saudade agora, pois não sei se um dia voltarei lá. Quando visito uma cidade pela primeira vez, sinto uma certa ansiedade, que às vezes atrapalha aproveitar o momento.

E Amsterdã estava fria. Mas agora, vendo as fotos, vejo que gostei muito de lá. Queria estar lá agora... Que bom saber que valeu a pena.

Será que nessa vida, quando estamos pertinho de morrer, sentimos saudade das coisas boas que fizemos, das coisas boas que não fizemos? Deve ser ruim sentir isso, se não há mais tempo para nada. Carpe diem!

Obs.: Daqui a pouco também não estarei mais na ilha. E acho que vou sentir tanta saudade!

Até!

Rosane.

Cambridge, 25 de fevereiro de 2012.

Amsterdã - Um

Caro leitor,

Aqui estão algumas fotos de Amsterdã. É uma aventura demorada viajar da Inglaterra para a Holanda de ônibus. Como a Inglaterra é uma ilha, para sair dela é preciso pegar ferry boat, passar por várias barreiras, mostrar o passaporte inúmeras vezes, ser questionado pela UK Border Agency, a agência de imigração inglesa, e por aí vai, sem falar das prisões que acabam acontecendo das pessoas que estão ilegais. Mas vale a pena. Apesar de gelada e muito cara, Amsterdã é bonita.

Espero que goste das fotos! AH, E SUGIRO QUE VOCÊ CLIQUE NAS FOTOS SEMPRE PARA VÊ-LAS EM TAMANHO AMPLIADO. ELAS FICAM MAIS BONITAS!

Obs.: Nesse exato momento, acontece uma partida de Rugby entre England versus Wales. É engraçado como é diferente ver as pessoas assistindo e torcendo por um esporte tão diferente do nosso, o futebol.

Até!

Rosane.

Cambridge, 25 de fevereiro de 2012.