A tese. As panquecas. O leitmotiv

Caro leitor,

Quero dizer que ganhei mais uma "seguidora" no blog. É a jornalista Margareth Gomes, de Goiânia - Goiás, amiga de longa data. Agora são seis, o que me anima a continuar a escrever.

A experiência com as panquecas hoje, no final da manhã, foi bem interessante. Continuo sem saber como fazê-las, mas minha mãe tem uma receita ótima, caso um dia eu decida por elas. O legal é que tudo é sempre novo aqui e o que menos interessa são as tais panquecas.

Este foi o meu segundo encontro com esse grupo de voluntárias que recebem os visitantes estrangeiros que vêm estudar em Cambridge. Elas organizam várias atividades, inclusive passeios pela cidade. Na verdade, desde que cheguei, não me interessei muito por esses encontros e passei a explorar Cambridge por conta própria. Mas este semestre, meu último aqui, decidi que irei sempre que for possível.

Quando cheguei à University Centre, com uma colega pesquisadora da Espanha, havia uma senhora bem simpática, que está com a blusa azul, explicando por que esse período acadêmico em que estamos, ou "term", se chama "Lent" (se você clicar na foto, vai ver melhor a imagem).

"Lent" significa quaresma. E ela perguntou se havia alguém ali que falava Espanhol ou Português para dizer a ela o que significa "Lent" nessas línguas. Foi aí que descobri que era quaresma e disse à senhora como se escrevia quaresma em português. Senti-me acolhida, pela primeira vez, pois encontrei alguém que se lembra que em algum lugar do mundo ainda se fala Português. Ah, sem falar que ela também mencionou o Carnaval do Rio de Janeiro.

A senhora que aparece de avental na foto ensinou a arte de fazer panquecas à la Ana Maria Braga. Ela nos disse que aquela panela que ela tinha levado hoje não era, necessariamente, a que ela usava em casa. A que ela usa tem 51 anos, a mesma desde que se casou. E detalhe: ela lavou a panela só algumas vezes na vida e contou que a dita cuja criou uma crosta por fora e por dentro, a que ela atribui a qualidade de suas panquecas!!!!

Para terminar, às vezes acho que errei de tema na pesquisa. Se eu pesquisasse sobre a arte de fazer panquecas, Cambridge seria muito mais divertida. Mas eu inventei de pesquisar sobre leitura, políticas públicas, e às vezes acho que muitas enxaquecas me aguardam. Ou não. Afinal, nunca se sabe o dia de amanhã. Quem sabe eu vá viver de fazer panquecas?

Até!

Rosane

Cambridge, 14 de fevereiro de 2012.