Caro leitor,
Estou de volta. Aqui, em Cambridge, é quase uma hora da manhã e chove. Faz frio e chove. O calor de uma semana atrás virou lembrança apenas.
A passagem agora é rápida. Nos próximos dias contarei os detalhes da viagem que fiz pelo interior da Itália em busca de Alice, de Lewis Carroll.
Foi uma viagem ímpar. O terremoto que atingiu a Itália esta semana que passou quase não me deixou ver Alice. Cheguei ao museu de arte moderna de Rovereto às quatro da tarde e tive apenas duas horas para ver "Alice in wonderland" e "Alice through the looking glasses".
A exibição foi criada pelo Tate Liverpool, aqui na Inglaterra, e ficou de novembro a janeiro em Liverpool. Não fui ver e, depois, decidi que queria muito ir. Busquei informação e soube que a exposição iria para a região de Trento, que fica bem longe de Roma, e que lá estaria até 3 de junho.
A dúvida era: vou ou não vou? Fui. Dia 2 de junho. Dia de terremoto na região. Não senti a terra tremer, embora eu quisesse muito saber como era, pois eu estava dentro do trem. Mas os trens pararam de circular e pensei que perderia Alice.
Não é permitido fotografar, mas a foto acima, que está disponível no site do jornal inglês "The Guardian", é a mesma que estava em Rovereto e que irá para a Alemanha, próximo endereço da exposição. A Alice de verdade, morena, sentada, pensativa, aparece acima.
De tudo o que vi lá, foi esta Alice, a real, que inspirou Carroll, a que mais me impressionou. Talvez ela seja, para mim, a metáfora, ou a personificação, do sentimento da criança que espera, espera, espera.
Não seria a vida, tantas vezes, apenas uma longa espera?
Até!
Rosane.
Cambridge, 4 de junho de 2012.
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