terça-feira, 20 de março de 2012

A primavera chegou!

Caro leitor,

A primavera está aqui, pulsante, com várias "daffodil" a enfeitar a ilha. No texto abaixo falo um pouco mais sobre sua chegada.

(As fotos foram tiradas no Homerton College, o "pai" da Faculdade de Educação de Cambridge)

As flores, como sempre, tornam a natureza e as cidades mais poéticas e sua fugacidade só nos serve para que lembremos também da nossa.

Como as flores, acho que nossa razão de estar aqui é só para o desabrochar, como seres humanos, se possível for. E creio que a educação é um caminho para o desabrochar pleno e acho que há muito ainda para se fazer no Brasil para que as crianças das escolas públicas desabrochem, porque, entre todas, essas são as mais prejudicadas.

Que país é esse, que não segue à risca o Estatuto da Criança e do Adolescente, se ele foi criado? Para que existem as leis? E olha que o problema com educação não é só no Terceiro Mundo, não. Aqui no Primeiro Mundo (quem foi que inventou essa nomenclatura?) é assustador o baixo nível de formação da maioria das pessoas.

Quer saber de uma coisa? Acho que gosto de ser do Terceiro Mundo. Aliás, se pedissem a minha opinião, eu diria que o Brasil nem é do Terceiro Mundo, talvez seja quase o Último Mundo, mas é bom, porque assim estamos sempre atentos à nossa condição, pois quem confia muito que está no topo, quase sempre perde o bonde sem nem perceber. Quando vê, é tarde.

Creio que, aos poucos, vamos abrindo portas, como pesquisadores da área de educação, ou, talvez, fechando outras, porque fechar também faz parte da dialética da vida. O importante é que o processo siga, até um dia, quem sabe, sairmos definitivamente da caverna (de Platão). Um dia, o Brasil será o Brasil!

Ah! A ciência anda me deixando tão poética... Devem ser as "daffodils"!

(Nada disso!!! São as joaninhas que conheci na minha infância. Ou os vaga-lumes. Ou os beija-flores. Ou tudo junto, porque agora, mais que antes, meu coração não é mais só brasileiro. Dentro dele ficarão para sempre guardadas as andanças pelo Reino Unido e pela Europa, que nos ajudam, também mais que antes, a entender um pouco melhor quem somos nós, os brasileiros!)

(E também nos ajudam a perceber que, se "eles" não se importam com a nossa existência, não faz diferença. "Eles" não andam sabendo nem o que fazer com suas próprias vidas... A grande questão é perguntar-nos até que ponto nós nos importamos com a nossa própria história e com aquilo que poderíamos ser um dia: uma nação mais justa e, politicamente, menos corrupta, em que as crianças pobres pudessem desabrochar e não morrer antes do tempo porque, com elas, também morre, aos poucos, aquilo que o Brasil poderia ser e ter de mais bonito, que são brasileiros mais felizes)

Até!
Rosane.
Cambridge, 20 de abril de 2012.














Nenhum comentário:

Postar um comentário