quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Alice através do espelho

Leitor,

Minha razão de estar em Cambridge é uma só: fazer perguntas. E cruzar os dedos para encontrar respostas. Ou, pelo menos, aquelas que soem satisfatórias.

Pesquiso o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), criado pelo Ministério da Educação no governo do Sr. Fernando Henrique Cardoso, em 1997, para, entre outras coisas, enviar livros de literatura às escolas públicas brasileiras. O site do PNBE é http://www.fnde.gov.br/index.php/programas-biblioteca-da-escola

Caso deseje lê-lo, respire fundo na tentativa de também compreendê-lo. Se achar difícil, esqueça de tentar enviar e-mail ao MEC. Eles vão lhe dizer que TODAS as informações encontram-se no site. A não ser que você tenha uma estratégia infalível, vai continuar às escuras. Há certas coisas nesse País, o Brasil, que não foram feitas para serem entendidas, entendeu?

Depois de horas, e dias, e meses tentando encontrar um grupo de pesquisa na Europa ou nos Estados Unidos, veio a luz e, fuçando na internet já lá pelas altas horas, encontrei o grupo Pedagogy, Language, Arts & Culture in Education (PLACE) na Faculdade de Educação da Universidade de Cambridge. Na verdade, nem me dei conta de qual era a universidade, tão cansada estava. Quando recebi o e-mail da professora Maria Nikolajeva (http://nikolajeva.blogspot.com/), dizendo-me que eu poderia me "aplicar" a uma vaga, nem acreditei.

Eu queria, no início, ir para a Espanha, mas não encontrei grupo de pesquisa. Antes de tentar a Inglaterra, enviei um monte de e-mails, um deles para a professora Diane Ravitch, da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Ela é uma das mais renomadas pesquisadoras americanas na área de educação e já ocupou cargos importantes no governo. Um amigo tinha me enviado uma matéria muito legal que o Estadão tinha publicado (http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,nota-mais-alta-nao-e-educacao-melhor,589143,0.htm) e pensei: por que não arriscar?

Ela foi muito simpática e me respondeu imediatamente. Disse-me que sua área de pesquisa era outra, mas me recomendou outro professor, que me indicou outra pessoa. Enfim, provavelmente era mesmo para eu vir para a terra da Alice no País das Maravilhas.

A outra parte, aquela que se refere ao pedido de bolsa ao governo federal, aos testes de inglês, a toda a burocracia, coisa e tal, essa ficará para depois ou depois e depois. São quase cinco da tarde em Cambridge e já é noite. Muito escuro e frio lá fora.

Mas tudo é tão bonito.

Até mais!
Rosane.
Cambridge, 12 de janeiro de 2012.




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